Quando o tecido úmido da noite envolve dunas e alagado com seu estampado de estrelas, a Vila pulsa.
Se é temporada, Itaúnas se enfeita de gente bonita, daqui e de fora, que vai pelas ruas, bares e restaurantes recuperar as energias deixadas na praia em dias de Sol. Tem sempre os que se resguardam na primeira parte da noite, esperando o explodir da azaração na madrugada. E haja azaração.
Quem já tem seu dengo desfruta do clima de malícia e sedução que impera sobre o povoado.
Na penumbra Itaúnas põe à mostra seus encantos, embriagando os visitantes no ritmo malemolente do forró pé-de-serra, na leveza da catuaba, no sabor agre-doce da xiboquinha, no poder afrodisíaco do cipó-cravo e no frescor das cervejas geladas.
Não é à-toa que Itaúnas conquistou status de ‘melhor forró do mundo’. O ritmo nascido no sertão nordestino encontrou abrigo na alma da população nativa e conquistou o coração dos visitantes.
Há sempre espaço para reggae, rock e MPB de qualidade, mas o forró ocupa as 24 horas da Vila. À medida que a noite avança o repique da zabumba vai se multiplicando e dando cadência ao coração dos forrozeiros. Já com noite alta a magia se espalha, o fole machucado da sanfona e a alegria menina do triângulo põem pra arrastar os pés do povo e o suor escorre, aquecendo a noite.
